O deputado federal Marcelo Ramos (PSD) defendeu o reajuste salarial de políticos aprovado pela Câmara Federal, nessa terça-feira (20), e fez uma comparação inusitada que causou polêmica nas redes sociais.
Em um trecho do seu discurso, o deputado não reeleito compara o salário dos deputados com os de jogadores de futebol, e chega a menosprezar o trabalho dos atletas. Segundo ele, a crítica ao aumento dos salários dos parlamentares é “demagogia”.
“É verdade que se eu comparar o salário de um deputado, ou salário de um servidor da Câmara, com o salário de quem pede dinheiro na esquina é absolutamente injusto. Mas se eu comprar com um jogador de futebol, que presta um serviço muito menos relevante para o Brasil, é muito desproporcional, aí parece que o miserável é aqui”, afirmou.
Votação
Em votação relâmpago, a Câmara dos Deputados aprovou um decreto legislativo que eleva para R$ 46,3 mil o salário para presidente da República, ministros de Estado, deputados federais e senadores. A remuneração será equiparada ao teto dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que subirão para R$ 46,3 mil com a aprovação de outro projeto.
A votação ocorreu de forma simbólica, em que os votos não são registrados nominalmente. Apenas o PSOL, o Partido Novo e alguns deputados de outras legendas se opuseram ao reajuste. Mais cedo, os deputados aprovaram regime de urgência para reajustes do Judiciário, do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União.
Para virar lei, os aumentos precisam ser aprovados pelo Senado, em votação que está prevista para ocorrer nesta semana. Segundo o Congresso Nacional, as quatro propostas que elevam salários têm impacto de R$ 2,5 bilhões no Orçamento de 2023, montante que já estava previsto no projeto do Orçamento do próximo ano.
Atualmente, o teto do funcionalismo público corresponde ao salário de ministros do STF, que recebem R$ 39,2 mil. O presidente da República ganha R$ 30,9 mil por mês; e os deputados federais e senadores, R$ 33,7 mil. O projeto aprovado hoje prevê um aumento escalonado em cinco parcelas, até 2026.