O Vasco deu pinta de que teria mais uma jornada complicada com o pênalti infantil cometido por Léo Matos logos aos 12 minutos de jogo. Ficou só na impressão. A cobrança de Hyoran parou na trave e, a partir daí, o time de São Januário construiu a sua melhor atuação sob o comando de Vanderlei Luxemburgo.
Pois o 3 a 2 sobre o Atlético-MG ainda tirou o Vasco da zona de rebaixamento do Brasileirão - neste domingo, independentemente dos resultados a equipe não regressa ao Z-4. E reforçou a escalação e o esquema ideal na luta para manter o time na Série A.
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Com força coletiva na defesa e no ataque, a tática de dar a bola ao adversário funcionou pois a marcação e a construção ofensiva pelos lados e em velocidade foram bem executadas. A mudança de postura na partida teve destaque especial ao próprio lateral-direito, que participou de dois gols, de Benítez, que voltou a ser o motor da equipe, e de Cano, que deu fim à seca com duas bolas na rede.
Diferentemente de partidas recentes, o Vasco não propôs o jogo. Abriu mão de ter a bola, algo que Luxa e a sua comissão tentaram resgatar desde o primeiro dia de trabalho. Com apenas 33% de posse, a tática se assemelhou à usada na época de Ricardo Sá Pinto. Com uma básica diferença: deu certo. O time se manteve organizado o tempo todo e seguiu à risca a programação de dar botes certeiros.
Verdade que contou com a falta de intensidade do Atlético-MG. Houve espaço para trabalhar a bola. Bruno Gomes deu show ao iniciar as jogadas com qualidade no passe e agilidade ao virar o jogo. Com Benítez e seus rápidos toques na bola, a equipe conseguiu explorar os lados e as trocas de posição (Léo Matos/Pikachu e Henrique /Talles).
O 4-3-3 e suas variações, portanto, mostram que o Vasco rende melhor desta forma e com estes jogadores. É sendo reativo que a coisa tende a dar certo - aqui fica a questão para saber se Luxa manterá ou mudará conforme o adversário. Se sacar Pikachu e reforçar o meio contra o Bragantino não deu certo, poupar Benítez e condicioná-lo melhor para a partida de sábado se revelou uma decisão acertada do técnico. Não foi ao acaso que o placar chegou a estar 3 a 0 contra um dos postulantes ao título.
Benítez foi o termômetro de que o Vasco jogaria por poucas bolas. Inteligente, descascou abacaxis com toques de primeira. Uma virada de jogo perfeita chegou aos pés de Léo Matos, que explorou a avenida deixada por Guilherme Arana e cruzou para Pikachu marcar após duas tentativas.
Matos, aliás, já havia dado assistência a Cano no primeiro gol em outra falha de Arana. Se a atuação do lateral não foi um primor no aspecto técnico (liderou a estatística de passes incompletos, com 13), foi crucial no aspecto defensivo. Ele, por exemplo, cortou inúmeras bolas de cabeça, em uma defesa que rendeu bem. Henrique, o mais discreto do setor, e a dupla formada por Marcelo Alves e Leandro Castan também se sobressaíram.
Cano voltou a ser Cano. Nas duas primeiras finalizações, bola na rede. É bem verdade que deu uma furada que não combina com seu futebol no primeiro tempo, porém, foi ele o homem que decidiu a parada. O terceiro gol, um obra coletiva, envolveu oito jogadores e 14 trocas de passes.
O ponto de alerta ficou com a queda de rendimento na parte final do jogo. Sim, o Atlético-MG pressionou, mas marcou gol em falhas do Vasco. Hyoran aproveitou espaço deixado pelo meio na entrada da área. Falha coletiva. E Sasha fez de cabeça, em cobrança de escanteio, após descuido de Henrique, que não cortou a bola na primeira trave. Para a sorte do time, insuficiente para colocar em risco a grande vitória.
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