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POLÍCIA Abuso

“Me fez perder a virgindade aos 4”, diz sobrinha estuprada pelo tio por 7 anos

"Ele passou o pênis dele na minha vagina", relata a menina sobre os detalhes da primeira vez do abuso.

22/05/2021 15h53
Por: Rodrigo Falcão
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Uma jovem brasiliense, que não quis se identificar, relatou um caso repugnante. A jovem, agora aos 22 anos e quase formada em pedagogia, viveu momentos de sofrimento ao ser estuprada pelo tio durante 7 anos, no período de 2003 a 2010. O homem foi preso nesta terça-feira, pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Distrito Federal.

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A menina relatou os momentos de pânico causados por uma pessoa da família, que deveria protegê-la. Os abusos, de acordo com seu depoimento, começaram na época em que ela tinha entre 3 e 4 anos, foi quando ela perdeu a virgindade. 

“Foi nessa época que aconteceu a primeira vez. Lembro que estávamos em uma antiga residência da minha mãe. Ela trabalhava em casa de família. Então, eu ficava com minha avó materna, e meu tio morava naquela casa”.

O estuprador, como sendo um membro da família, tinha momentos certos para atacar. Para ele, ninguém podia imaginar e nem descobrir os abusos, pois tinha a confiança de todos da casa. A vítima relatou com detalhes a ação do tio, que a procurava no meio da noite para realizar o crime. 

 

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“Um dia, quando todos estavam assistindo TV na sala, ele me chamou para dormir e eu fui. Só que no meio da noite ele começou a passar a mão nas minhas partes íntimas, passou o pênis dele na minha vagina. Essa foi a primeira vez”, lembrou, com a voz embargada.

Hoje, a moça tenta superar o trauma e decidiu contar sua história para evitar que o mesmo aconteça com outras crianças. Ela afirma que, no início dos abusos, não fazia ideia do que estava acontecendo naquele momento. Ela diz ainda que o seu tio prometia dar doces a ela, com o intuito de cometer a violência sexual. 

“Ele chegava a introduzir o pênis dele na minha vagina. Na época em que contei para minha mãe, eu já tinha 10 anos e ele devia ter uns 27. Quando eu era pequena, ele falava que eu iria ganhar doce ou algo desse tipo. Mas quando fiquei maior, ele começou a me ameaçar. Falava que minha mãe não iria acreditar em mim ou que iria bater em mim e na minha mãe”, recorda-se.

A moça não conseguiu dizer quantas vezes ocorreram os estupros ao longo dos sete anos que viveu esses momentos de terror causados pelo seu próprio tio. 

“Eu lembro que ele consumou o estupro na maioria das vezes que ele vinha até mim. Outras vezes, ele passava só a mão, ou alguém chegava e ele parava”, disse. Para tentar escapar da violência, a menina passou a inventar desculpas para não acompanhar a família até a casa do agressor.

 

Falsa gravidez

 

O homem se casou, teve seus filhos, no entanto, a jovem afirma que ele continuou fazendo os abusos. Decidiu então inventar uma falsa gravidez para conseguir falar sobre o que estava acontecendo, pois tinha medo de contar a verdade diretamente para a sua mãe. 

“Eu tinha 10 anos quando contei sobre o meu tormento. Tive a ideia de inventar uma história em que eu tinha um namorado e achava que estava grávida, sabendo que minha professora iria falar com minha mãe. E foi isso que aconteceu. A professora falou com minha mãe e quando ela veio falar comigo, contei a verdadeira história”.

Com a prisão do agressor, a jovem experimentou uma mistura de vários sentimentos. 

“Era felicidade, medo, ansiedade… sinceramente, o que eu mais sinto é medo, pois, infelizmente, a nossa Justiça ainda é muito falha. Tenho medo de ele sair da cadeia e tentar algo contra minha família e contra mim”, desabafou.

O homem estava escondido em uma cidade de Goiás, chamada Iporã, no momento de sua prisão. Contra ele, já havia uma decisão condenatória estipulando o cumprimento de pena de 14 anos de reclusão pelos estupros cometidos contra a jovem quando ela era criança.

Segundo a delegada-chefe da DPCA, Simone Pereira, o tio será recambiado para o sistema penitenciário da Papuda, onde responderá, em regime fechado, aos crimes relacionados ao abuso sexual de menor. 

“Como o inquérito foi instaurado aqui na época e a sentença condenatória foi expedida pela Justiça do DF, o sentenciado cumprirá a pena em nosso sistema carcerário”, explicou, no dia da prisão.

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